TEXTO: CELSO LUIS PAULINI
Fábio Castilhos (Foto: Eduardo Cáceres)
O texto Cléo e Clea pode ser enquadrado dentro do chamado teatro do absurdo, que apesar de não ser considerado um gênero dramático, serve como guia para identificarmos momentos de nonsense, o obscuro, o surreal. A peça de Celso Luiz Paulini (1929-1992) subverte a banalidade do real apesar de servir-se de uma situação familiar e cotidiana. O autor concentra a ação dramática em pouco tempo, numa peça curta em que os diálogos reveladores vão surpreendendo.
Os véus, à primeira vista inocentes, escorregam lentamente até serem rasgados e amontoados em um nó trançado no sobressalto do cômico e do trágico. É o vazio escancarando uma miséria conhecida: a existência humana absolutamente sem sentido.





